Por: Alex Sandro Perez Santos – Teólogo
João 4.43-54 nos traz a narrativa do segundo milagre de Jesus, um episódio rico em lições profundas. A história retrata um oficial do rei que, enfrentando o desespero pela doença do filho, busca Jesus com fé. Este episódio nos permite refletir sobre temas como a fé genuína, a busca de sinais e a esperança em situações de adversidade. Vamos mergulhar nesse texto e explorar como ele se aplica ao nosso cotidiano, seja na esfera pessoal, política ou cultural.
A fé do oficial do rei é expressa em seu ato de buscar Jesus. Mesmo sendo um funcionário do império romano, ele não hesita em procurar a ajuda de Jesus, um judeu simples. Este gesto reflete o valor cristão do amor que atravessa fronteiras e barreiras. No contexto moderno, este exemplo nos desafia a quebrar as barreiras de preconceito e divisão que existem em nossa sociedade. Em uma era de polarização política intensa, a fé genuína, como a do oficial do rei, requer a humildade de procurar a verdade, mesmo em lugares inesperados.
Ao mesmo tempo, Jesus desafia a busca por sinais, afirmando: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (v.48). Numa era de tecnologia e informação avançada, somos frequentemente tentados a procurar “provas” para tudo. Nossa fé, entretanto, não deve ser baseada apenas em sinais e milagres, mas na confiança na palavra de Jesus. Esta é uma lição vital para a igreja hoje, que às vezes corre o risco de buscar sinais e milagres como “prova” da fé, em vez de confiar plenamente na palavra de Deus.
Após a promessa de Jesus, o oficial acredita e volta para casa. Ao encontrar seu filho curado, ele e toda a sua casa passam a acreditar. Aqui, temos um belo retrato do impacto que uma pessoa de fé pode ter em sua comunidade. No mundo de hoje, marcado por tanta incerteza e adversidade, temos a oportunidade de ser faróis de esperança, testemunhando a fé que pode trazer cura e restauração.
Em suma, o relato do segundo milagre de Jesus em João 4.43-54 nos desafia a cultivar uma fé que quebre barreiras, seja fundada na palavra de Deus e não em sinais, e que tenha um impacto transformador em nossa comunidade. Esse chamado ressoa com nossos valores de amor, respeito e comunhão.
Nós, como cristãos, somos chamados a demonstrar amor incondicional, não apenas para aqueles que são semelhantes a nós, mas para todos, assim como o oficial do rei fez ao buscar Jesus. Devemos respeitar a diversidade de opiniões e tradições, lembrando-nos de que nossa fé é fundamentada na palavra de Deus e não em sinais externos. E finalmente, devemos viver em comunhão, compartilhando a esperança e a cura que encontramos em Jesus, assim como o oficial fez com sua casa.
Que essa reflexão inspire cada um de nós a viver esses princípios em nosso dia a dia, transformando não apenas nossa vida pessoal, mas também a sociedade à nossa volta, permeando nossas políticas, nossa cultura e nosso mundo com os valores do amor cristão, do respeito e da comunhão.