O Bom Pastor na Polis: Reflexões sobre João 10.22-42

Por: Alex Sandro Perez Santos – Teólogo

O evangelho de João oferece uma rica tapeçaria de imagens, discursos e ensinamentos, muitos dos quais se entrelaçam com os desafios do nosso mundo contemporâneo. Nos versículos 10.22-42, encontramos a inesquecível continuidade da alegoria do Bom Pastor, uma representação profunda do papel de Jesus Cristo e um convite para repensar nossas interações na sociedade.

“A festa da dedicação aconteceu em Jerusalém. Era inverno. E Jesus andava passeando no templo, no pórtico de Salomão. Os judeus, então, rodearam-no e disseram: Até quando nos deixarás em suspense? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente.” (João 10.22-24). 

Nesta passagem, Jesus é questionado diretamente sobre sua identidade. No ambiente político atual, somos frequentemente confrontados com perguntas similares que requerem que tomemos uma posição: Quem somos? Quais são nossos valores? De que lado estamos? Assim como Jesus, somos chamados a responder com convicção, ancorados na verdade de nossa identidade e missão.

“Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, mas vós não credes. As obras que faço, em nome de meu Pai, dão testemunho de mim; mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas.” (João 10.25-26).

No discurso contemporâneo, as palavras são frequentemente substituídas por ações. Os seguidores de Cristo devem prestar testemunho de sua fé através de ações concretas de amor e respeito, alinhadas com os ensinamentos de Jesus. Nossa comunidade online é um reflexo disso – um lugar onde nos esforçamos para demonstrar, através de nossas interações, a verdade e o amor que caracterizam a fé cristã.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna e elas jamais perecerão. Ninguém as arrebatará de minha mão.” (João 10.27-28).

Jesus fala da segurança e do conforto encontrados na comunhão com Ele. Em um mundo repleto de inseguranças e ansiedades, essas palavras ressoam com especial significado. Elas são um lembrete de que, por mais tumultuada que seja a cultura ou a política, nossa segurança reside em Deus. Este é um valor que procuramos cultivar em nossa comunidade, criando um espaço onde todos se sintam seguros, valorizados e amados.

“Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um.” (João 10.29-30). 

Essa declaração de unidade entre Jesus e Deus Pai nos lembra da importância da unidade em nossa própria comunidade. Em uma era de polarização e divisão, devemos nos esforçar para construir pontes, não muros, e trabalhar juntos para a compreensão mútua. Em nossa plataforma, valorizamos o diálogo aberto, respeitoso e sincero, acreditando que é através dessas interações que podemos crescer juntos na fé.

Os versículos finais do texto nos apresentam uma rejeição veemente à mensagem de Jesus por parte dos líderes religiosos. No entanto, vemos também aqueles que aceitam as palavras de Jesus e acreditam nele. Em nossas vidas, somos constantemente confrontados com escolhas semelhantes. Em nossa comunidade, nos esforçamos para criar um espaço onde as pessoas possam explorar essas questões e fazer suas próprias escolhas, sempre guiadas pelo amor e respeito que estão no cerne dos ensinamentos cristãos.

O evangelho de João, portanto, é um poderoso convite para que vivamos de acordo com os princípios do amor, respeito e comunhão que Jesus exemplificou. Esses versículos de João 10 nos lembram de que temos uma responsabilidade com a sociedade e com o mundo – de refletir a luz de Cristo em todas as nossas interações e de buscar a verdade, a justiça e o amor em todas as nossas ações. Ao fazer isso, podemos transformar nossa cultura e política para melhor, tornando nosso mundo um reflexo mais próximo do Reino de Deus.

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