A Parábola do Farol Interior

Por: Alex Sandro Perez Santos – Teólogo

Em uma aldeia distante, aninhada entre colinas verdejantes e cercada por um rio cristalino, vivia um jovem chamado Zul. A aldeia era conhecida por sua beleza serena e seus moradores bondosos, mas Zul sentia-se constantemente assombrado pela dúvida. Ele questionava sua capacidade, seu propósito e até mesmo sua própria bondade. A escuridão da dúvida parecia envolvê-lo, impedindo-o de ver claramente o caminho à sua frente.

Um dia, enquanto caminhava pela floresta próxima, Zul encontrou um velho sábio sentado à sombra de uma árvore majestosa. O sábio, com olhos que refletiam a profundidade do conhecimento e a serenidade da experiência, convidou Zul a sentar-se ao seu lado. Sentindo uma inexplicável paz na presença do velho, Zul começou a desabafar sobre suas incertezas e medos.

O sábio ouviu atentamente, sem interromper. Quando Zul terminou, o sábio disse: “Meu jovem, dentro de cada um de nós existe uma luz interior, um farol que pode dissipar até as sombras mais densas da dúvida. Esta luz não pode ser apagada, mas muitas vezes é obscurecida por nossos próprios medos e incertezas. Para encontrar clareza, você deve aprender a permitir que sua luz interior brilhe.”

Zul, intrigado, perguntou: “Como posso encontrar essa luz dentro de mim?”

O sábio sorriu e contou a seguinte história:

“Há muito tempo, em uma terra distante, vivia um jovem pastor chamado Los. Ele era responsável por guiar seu rebanho através de campos vastos e desconhecidos. Uma noite, uma tempestade violenta abateu-se sobre a terra, e a escuridão tornou-se tão intensa que Los não conseguia ver um palmo à frente de seu nariz. O medo e a dúvida começaram a invadir seu coração, e ele temia pela segurança de seu rebanho.

No entanto, Los lembrou-se de um presente que seu pai lhe dera anos atrás – uma pequena lanterna de óleo, que ele sempre mantinha consigo. Tremendo, ele acendeu a lanterna. A chama era pequena, mas a luz que emanava dela era suficiente para iluminar seu caminho e guiar seu rebanho para um lugar seguro.

Na manhã seguinte, ao contar sua experiência, Los percebeu que a lanterna representava mais do que apenas uma fonte de luz física. Ela simbolizava a luz interior que cada um de nós carrega – a confiança, a fé e a sabedoria que podem iluminar nosso caminho mesmo nas horas mais escuras.”

O sábio olhou para Zul e continuou: “Assim como Los encontrou segurança ao permitir que a luz de sua lanterna brilhasse, você também deve permitir que sua luz interior dissipe as sombras da dúvida. Confie em si mesmo, tenha fé em seu propósito e permita que a sabedoria dentro de você guie seus passos.”

Zul agradeceu ao sábio e, com o coração mais leve, voltou para a aldeia. Ele começou a praticar a confiança em sua luz interior, lembrando-se da lanterna de Los sempre que a dúvida surgia. Com o tempo, ele percebeu que as sombras da dúvida começaram a recuar, e seu caminho tornou-se mais claro e iluminado.

Ele compartilhou sua experiência com outros aldeões, incentivando-os a encontrar e confiar em suas próprias luzes interiores. A aldeia inteira floresceu, tornando-se um lugar onde as dúvidas eram dissipadas pela luz coletiva de sua sabedoria interior.

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